Entra ano e sai ano e os problemas com a mobilidade urbana na grande maioria das cidades brasileiras se tornam cada vez mais problemáticas. Ouvem-se as mais diversas desculpas por parte das administrações públicas, sendo que a mais comum, é que a população e a frota de veículos aumentaram muito. Não passa de uma constatação muito óbvia é claro, mas serve para o poder público como a melhor desculpa para justificar tal situação à população. Todavia, para aqueles que analisam este problema com mais atenção, percebem que a raiz do problema não é apenas o crescimento populacional e o consequente crescimento do número de veículos em nossas rodovias, o problema vai muito além.
Para melhor entendimento, é importante que saibamos que o tema, mobilidade urbana, engloba muito mais coisas em seu contexto, todavia, o objetivo aqui não é aprofundar no tema, e sim, para que os leitores reflitam sobre o mesmo. Para ajudar no entendimento do tema, entendo mobilidade urbana como sendo tudo aquilo que é aplicado de forma racional em estrutura e ações por parte dos órgãos públicos competentes com o intuito de facilitar o deslocamento não só das pessoas, como também, dos bens que transitam para o desenvolvimento econômico e social de uma cidade ou região.
Hoje o que vemos, são cidades extremamente afetadas pela falta de comprometimento por parte das administrações públicas em buscar soluções verdadeiras, e não apenas medidas paliativas para tentar minimizar o problema. Somente com projetos bem fundamentados e amparados pelos órgãos públicos competentes é que poderemos enfrentar este sério problema da mobilidade urbana em cidades que não foram projetadas para o seu crescimento.
Um bom exemplo para ser observado, é a situação em que se encontra o município de Palhoça. As administrações públicas mais recentes na história do município, ao que nos parecem, não tiveram a visão do que poderia acontecer à cidade. O resultado não poderia ser outro senão o que estamos passando, ou seja, uma cidade cheia de problemas com a mobilidade urbana, interferindo negativamente na vida das pessoas e na dinâmica da cidade como um todo, deixando o município intransitável em vários momentos do dia, especialmente na parte central da cidade. São ruas e “calçadas” que certamente não foram projetadas para atender bem às necessidades de seus usuários, especialmente às pessoas com necessidades especiais e pessoas com menores possibilidades de locomoção, como boa parte dos idosos, por exemplo.
Uma nova abordagem por parte das administrações públicas se faz necessário para que o caos na mobilidade urbana não impere neste e nos demais municípios que sofrem com o mesmo problema.
Em 2020 já teremos novas eleições municipais para prefeitos e vereadores. Não bastam mais apenas propostas eleitoreiras, temos que cobrar a efetivação das mesmas para o bem de todos nós!
Texto: Sérgio Filomeno.