Para quem já tem quatro décadas ou mais de história de vida vai entender bem onde pretendo chegar.

Certamente esta reflexão parte de um momento de nossas vidas onde a ausência das facilidades que temos hoje, como exemplos, as várias formas em que podemos nos comunicar, de obtermos muitas coisas através de um simples “click”..., mas como no passado não se tinha experiência alguma em relação às facilidades mencionadas, não faziam então a menor falta.

Sabemos é claro que o mundo evoluiu e que algumas necessidades que temos hoje outrora não se justificavam, porém, com essa inevitável evolução onde tais facilidades foram entrando cada vez mais em nossas vidas, coisas que eram tão normais e prazerosas, como as de ir à casa de um familiar, de um parente, de um amigo (a) com mais frequência, ou até mesmo, resolver algo pessoalmente, onde se fazia necessária a relação interpessoal para que se resolvesse ou se concretizasse algo, hoje foram trocadas, em muitos casos, por uma relação “on-line” e isso nos fez perder muitos bons valores e costumes que se tinham num passado não tão longínquo - pelo menos quando considerado em nível de transformação de uma sociedade ao longo de sua história.

Enfim, as coisas aconteciam com mais intensidade, as relações eram mais verdadeiras, “olho no olho”, como costumamos dizer, e num passado mais distante, contava meu falecido pai, os compromissos assumidos eram firmados “no fio do bigode”, ou seja, a honra acima de qualquer coisa.
Não vivemos de passado, mas nunca é demais refletirmos a respeito para percebermos que estamos perdendo muitos bons valores e prazeres que tínhamos para um mundo em que as pessoas estão ficando cada vez mais distantes umas das outras, física e emocionalmente falando, não “só” pela pandemia, mas muito também por esse mundo de relacionamentos virtuais e imediatistas, tornando-as mais insensíveis e distantes de um mundo real que temos para viver, sendo com coisas boas ou ruins, mas um mundo real!